Em meia hora terei de dirigir sozinha. Estou sofrendo desde ontem. Mentira: estou sofrendo desde que soube da notícia, há uma semana. Não sei se a história de gastar ansiedade está funcionando comigo. Acho que está, mas todas as conquistas emocionais parecem desaparecer sempre que tenho um novo desafio.
A iniciativa de guiar hoje nada tem a ver com a Clínica. Farei o mesmo esquema daquela primeira vez que dirigi o Picasso: um jornalista guia um carro a minha frente, eu o sigo. Desta vez, porém, o carro não é automático e eu ainda não sei colocar quinta marcha. Espero não precisar sair da terceira.
Esse medo é um saco, resistente. Ontem, adivinhando meus pensamentos (que eram assim: por que, afinal, estou me violentando a esse ponto, por que me coloquei nessa situação? Poderia continuar usando transporte coletivo ou táxi), a terapeuta que me acompanha no carro me disse: “nos momentos de medo, costumamos pensar que estaríamos bem melhor se não tivéssemos que passar por isso. Isso é fuga; uma hora, teremos de enfrentá-los".
Lá vou eu. Cruzem os dedos por mim!
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