sexta-feira, 25 de junho de 2010

Primeira aula no autódromo!

Amigos, mesmo que vocês não tenham a intenção de fazer muitas aulas, vale fazer uma unicazinha no Autódromo de Interlagos através do Centro Pilotagem Roberto Manzini. A transformação é radical. Na pista vazia, longe dos motoristas estressados, sem medo de deixar o carro descer na ladeira ou morrer na frente de um caminhão, encontramos, enfim, a tranquilidade necessária, o tempo necessário para apreender o carro sem sustos.


Vejam a reportagem completa, publicada no site WebMotors, com direito a vídeo (http://www.youtube.com/watch?v=LBj1ma-O9Zs&feature=player_embedded)


Do Medo de Dirigir ao Autódromo de Interlagos
Mais do que ganhar coragem, nova temporada da série mostrará como ser habilidoso ao volante


Texto: Adriana Bernardino Sharada
Fotos: Divulgação


Dirigir é uma arte. Percebem isso mais claramente os pilotos e aqueles que têm medo de guiar. Embora estejam nos extremos, para ambos o carro representa mais do que um objeto mecânico, simples, de locomoção; ultrapassa o desejo de status. É liberdade. Unidos pela paixão ou pela repulsa – nunca pela indiferença – o carro é para eles o desafio que deve ser enfrentado para que os outros rumos da vida fluam em plenitude. Por isso, nada mais emocionante do que usar o autódromo para se tornar um piloto profissional ou transformar o medo de dirigir em habilidade e preparo para enfrentar qualquer situação no trânsito ou na estrada.

Este último é o caso de Andréia Jodorovi, internauta convidada pelo site WebMotors para vencer mais esse desafio . Em parceria com o Centro Pilotagem Roberto Manzini, a nova temporada dá série Coragem de Dirigir vai dar dicas semanais sobre aperfeiçoamento na direção e mostrar para você como é que esse trabalho funciona na prática (veja o vídeo da aula prática).

Entrevista com o piloto

Jodorovi passou por uma entrevista e um teste prático com o piloto Roberto Manzini. Além de diretor do primeiro centro de pilotagem do Brasil – incorporado do Curso de Pilotagem Manzini e do Curso de Pilotagem Marazzi, fundado em 1967, – Manzini é psicólogo e tem 28 anos de experiência em pilotagem e instrução. “Antes de iniciarmos as aulas, avaliamos em que estágio o motorista está, tanto emocional quanto tecnicamente”, diz.

A avaliação de nossa convidada não foi das melhores. O piloto elenca as dificuldades:

Postura: a ergonomia estuda as relações do homem com a máquina, de maneira que a interação entre eles seja segura e eficiente. Para dirigir bem, é preciso se posicionar da melhor maneira, ainda que não seja a que estamos habituados. Andréia manteve os ombros tensos, agravados pelas mãos penduradas no alto do volante. As consequências são a dificuldade de manobrar o veículo e uma tensão crescente pela dificuldade de respirar.

Uso das marchas: cada pista ou situação exige uma marcha adequada, que não é, necessariamente, sequencial. Andréia engatou quarta numa subida íngreme apenas porque era a próxima marcha da sequencia. O carro perdeu potência, o que poderia ser fatal em uma ultrapassagem na estrada, por exemplo.

Frenagem: em uma situação simulada com cones, a internauta demonstrou total despreparo para uma frenagem de emergência. Fechou os olhos, não soube usar o ABS do veículo e atropelou o obstáculo jogado de propósito na pista.

Lateralidade: saber o tamanho que o carro ocupa na pista, ter certeza de que é possível passar por determinado espaço ou não foi avaliado no slalom, exercício em ziguezague que treina a lateralidade do motorista. Depois de derrubar alguns cones, Andréia teve seu diagnóstico: “ela é uma motorista perigosa”. Mas antes de a internauta se desesperar, Manzini alivia: “muitos motoristas que pensam saber dirigir estão nessa mesma condição”.

Pois é, o trabalho do Centro com Jodorovi vai ser árduo, mas os pilotos são movidos a desafio.

Autódromo: o diferencial

Que ninguém está preparado para dirigir apenas com as aulas da autoescola talvez seja novidade apenas para o Detran. Por isso, o curso de aperfeiçoamento do Centro Pilotagem simula na antiga pista do autódromo de Interlagos todas as circunstâncias que um motorista pode enfrentar no dia a dia, preparando-o para ter o domínio da máquina e das emoções que possam surgir em cada uma delas.

Uma vantagem para quem tem medo de dirigir é que a pista vazia do autódromo evita a ansiedade de encarar o trânsito, motivo pelo qual muitas pessoas nem começam um curso que pretende acabar com o medo. Apenas quando o motorista estiver preparado, irá enfrentar as ruas com os demais.

O curso é realizado por uma equipe de instrutores/pilotos qualificada, na frota de veículos Renault e conta com material técnico apropriado para simulações de condições adversas. Em 10 anos de atividade o Centro Pilotagem formou 908 pilotos de competição e quase 33 mil motoristas defensivos. Entre os famosos a passar pelo Centro, estão o ator Marcelo Antony, que se preparou para ser um piloto na novela global, e o piloto Felipe Massa.

Cursos

Para quem quer se aperfeiçoar, o Centro Pilotagem oferece os seguintes cursos:

Pilotagem de Competição
Curso ministrado no circuito GP BRASIL Interlagos. Quinze horas/aula de instrução em conformidade com as normas da Confederação Brasileira de Automobilismo, em carros personalizados para competição Renault Mégane II.

Curso Formação de Piloto de Teste
Curso ministrado no circuito GP BRASIL Interlagos. Formação de pilotos gabaritados para a realização de testes em novos produtos para a indústria automobilística, componentes para a indústria de autopeças, revistas especializadas entre outros.

Prevenção de acidentes viários e segurança pessoal
Cursos teóricos e práticos desenvolvidos segundo a realidade e necessidade do cliente, pessoas física ou jurídica. Pilotagem Defensiva e Evasiva.

Os cursos estão disponíveis em São Paulo e Brasília. Informe-se:
São Paulo: 11 - 5667-5353
Brasília: 61 - 3965-9666

Não perca, na próxima terça-feira, a segunda reportagem da série.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Mantra

Para quem se interessar, eis o mantra que eu canto no carro para não sentir medo:

Om agra veere maha vishnuh

jwalantam sashwato

mukhan nrishingham

bhishanam bhadram

mritur miritur namamyaham

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Corra para seu medo de dirigir


Comecei a correr atrás de meu medo de dirigir há quase dois anos. Um tempo relativamente longo, alguém pode pensar e até ficar desanimado em iniciar sua própria maratona. Neste período, porém, houve meses em que meu medo é quem corria atrás de mim. Eu fugia por meses.
Ficamos nesse jogo de gato e rato até final do ano passado, quando notei os primeiros e derradeiros sinais de que algo realmente estava mudando. Confesso que, ao mesmo tempo em que faço aulas na Clínica Escola Cecília Bellina, experimento também rotas alternativas de tratamento, como regressão de memórias, cantar no carro mantras específicos para o medo, fazer posturas de yoga que trabalham a coragem etc. Está sendo um processo de autoconhecimento profundo. Eu que queria só perder o medo de dirigir estou perdendo também alguns véus sobre meu olhar. Por tudo isso, tenho considerado meu medo (ou ex-medo) um presente.
E você, já experimentou olhar seu problema por este ponto de vista? Lembre-se de que sua coragem é proporcionamente do tamanho do seu medo. Ela está aí pronta para ser revelada. Permita-se.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Livre do medo




Agência FAPESP – Bloquear a manifestação de memórias de medo por meio de um método não invasivo e que não se baseia no uso de drogas. A novidade, que poderá ter implicações importantes no tratamento de problemas relacionados ao medo, acaba de ser demonstrada em artigo na edição desta quinta-feira (10/12) da revista Nature.

Estudos anteriores demonstraram como bloquear tais memórias, mas envolviam o uso de compostos tóxicos e duravam apenas alguns dias. No novo método, Elizabeth Phelps, da Universidade de Nova York, e colegas evitaram o uso de drogas ao se basear na fase conhecida como “reconsolidação” da memória, na qual memórias antigas podem passar por mudanças.

Após treinar voluntários a sentir medo de certos estímulos visuais, os pesquisadores apresentaram uma nova informação “segura” ao mesmo tempo em que reativavam as memórias de medo. Ao fazer isso, eles conseguiram “reescrever” os pensamentos negativos associados com os estímulos.

Os efeitos da intervenção duraram cerca de um ano e aparentemente não afetaram as memórias que não foram reativadas no momento da introdução da nova informação. Os autores do estudo concluíram que as memórias antigas de medo podem ser atualizadas com informações não amedrontadoras.

Os resultados reforçam a hipótese de que as memórias emocionais se reconsolidam a cada vez que são recuperadas. E que o período em que o processo ocorre tornar as memórias vulneráveis a modificações que podem ser induzidas. Ou seja, pode-se livrar o portador da sensação de medo para aquela determinada memória.

“O momento parece ser mais importante para o controle do medo do que imaginávamos. Nossa memória reflete mais a última vez que foi recuperada do que a exata recuperação do evento original”, disse Elizabeth.

Além das implicações no tratamento de distúrbios relacionados ao medo, os resultados apontam que o momento das intervenções terapêuticas tem um papel muito importante para o sucesso dos procedimentos.

“Inspirado em estudos básicos em roedores, essa nova descoberta em humanos poderá ser transferida para o desenvolvimento de melhores terapias para o tratamento de distúrbios de ansiedade, como o estresse pós-traumático”, disse Thomas Insel, diretor do Instituto Nacional de Saúde Mental, um dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, que financiou a pesquisa.

O artigo Preventing the return of fear in humans using reconsolidation update mechanisms, de Elizabeth Phelps e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.

Trauma de outro mundo


Adorei a crônica da Mirna, no site WebMotors:

Ex-piloto de nave espacial
Motorista encontra resposta de outro mundo para medo de dirigir

http://www.webmotors.com.br/wmPublicador/Cronicas_Conteudo.vxlpub?hnid=43497

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Prometeu



Sobrevivi ao desafio (leia o post abaixo). Ao menos fisicamente, estou aqui. Outra parte de mim, esta quieta. Não sei. Estou zonza, feliz, arrependida, orgulhosa, amedrontada, impaciente. Nunca antes estive tão perto de um medo, respirando o mesmo ar.
Sei como é ser Prometeu, acorrentado na montanha: a águia vem – castigo divino – e lhe devora o fígado. Depois de toda dor, o órgão se regenera (Prometeu é imortal) para, na manhã seguinte, novamente ser devorado.
Hoje à noite, levarei o carro pra casa. Novamente, seguirei alguém.
Eis meu fígado exposto. Minha fratura.

Aaaaaaaahhhhh!

Em meia hora terei de dirigir sozinha. Estou sofrendo desde ontem. Mentira: estou sofrendo desde que soube da notícia, há uma semana. Não sei se a história de gastar ansiedade está funcionando comigo. Acho que está, mas todas as conquistas emocionais parecem desaparecer sempre que tenho um novo desafio.

A iniciativa de guiar hoje nada tem a ver com a Clínica. Farei o mesmo esquema daquela primeira vez que dirigi o Picasso: um jornalista guia um carro a minha frente, eu o sigo. Desta vez, porém, o carro não é automático e eu ainda não sei colocar quinta marcha. Espero não precisar sair da terceira.

Esse medo é um saco, resistente. Ontem, adivinhando meus pensamentos (que eram assim: por que, afinal, estou me violentando a esse ponto, por que me coloquei nessa situação? Poderia continuar usando transporte coletivo ou táxi), a terapeuta que me acompanha no carro me disse: “nos momentos de medo, costumamos pensar que estaríamos bem melhor se não tivéssemos que passar por isso. Isso é fuga; uma hora, teremos de enfrentá-los".

Lá vou eu. Cruzem os dedos por mim!